segunda-feira, 28 de julho de 2008

A CULPA FOI DO FUCA

Tudo começou há um pouco mais de 27 anos. Se era para ter um final feliz? Olha, bem provável que não. Na realidade, não era nem para começar, mas começou. Dizem que os amores verdadeiros vem sem avisar, te pega desprevinido e domina pra sempre o coração.

Um era do interior. A outra caiçara. Um já era formado e aparecia na faculdade pra galinhar. A outra ainda estudava e, aproveitando que estava lá, dava uma galinhadinha também. Não eram Eduardo e Mônica, mas se encontraram um dia sem querer. O dela não foi, mas ele foi o dela daquele dia em diante. Foi uma conversa na frente da lixeira, ver o 'fuca azul' e pronto. Já estava montado o cenário de um romance sem fim. Será?
Não se sabe bem como, mas aconteceu. Não se sabe porque, mas deu certo. Ele é duro na queda e ela cai antes de endurecer. Ele tem um lugar certo para colocar a maleta enquanto ela nem lembra qual a bolsa que usou da última vez. Ele chega na mesma hora, separa a roupa no dia anterior e tem vergonha de perguntar o preço sabendo que não vai comprar. Ela? Bom, ela não pára em casa, escolhe na hora o que vai usar e adora bater perna no shopping, mesmo se vai sair sem nenhuma sacola.
Foram dois anos no test drive, para ver se não era ilusão ou coisa assim. E quando se deram conta, resolveram que era verdadeiro e que já estava na hora, não é mesmo? A receita ninguém sabe.
Foram 3 anos para o primeiro e mais 3 e meio para o segundo. Uma menina carinhosa e um menino de bom coração. Pronto! Estavam completos. E é assim que vai ser para sempre. Já se passaram vinte e cinco anos e pela frente muitos outros virão.
Eu amo, eu idolatro, eu sigo. Eu ainda olho vocês com os olhos de quando era criança. Eu vejo em vocês o que eu quero para mim daqui alguns (bons) anos. Eu espero que vocês saibam o quanto eu amo vocês.

Eu amo, amo, amo muuuuuuito vocês!

Espero que gostem!


Bjão*

quinta-feira, 24 de julho de 2008

TODOS OS TONS DA AQUARELA

Em épocas de vacas gordas, de marés cheias de peixe, ninguém escreve né? Ninguém perde tempo da sua felicidade para escrever que sim, agora está tudo bem. O ser humano é burro e continua se expondo ao mundo mostrando suas fraquezas, sua ausência de cor, só porque sua vida não estava lá aquelas coisas.

O mundo está cansado das cenas em tons de cinza e o que interessa mesmo são as partes você pintou. Agora você aprecia a natureza, ouve passarinhos na janela e cantarola aquela música ridícula que não pára de tocar na rádio. Aliás, nem é mais tão ridícula assim e nem te irrita tanto se tocar 15 vezes no rádio. Você passa a não lembrar o por quê daquela frescurite toda de sofrimento. Tudo passa a ser tão bobo e uma tremenda perda de tempo.

Hoje você até acorda melhor, vive melhor e sua pele está maravilhosa. Dizem que felicidade faz milagre e acredite, é melhor que colo de mãe. Colinho de mamãe faz bem sempre, assim como almoço de domingo com a família e comprar sapatos novos. Mas a felicidade, hunf... Indescritível.

A sua vida agora tem todos os tons da aquarela. A cada passo uma nova cor. É você brincando de novo de colorir. É você descobrindo que dane-se se os outros te julgam infantil. Dane-se! É mais legal assim! Agora você dança, corre, pula e até se envergonha um pouco... Mas de não ter experimentado antes! What a feeling!

Tudo está tão à flor da pele que qualquer segundo perdido é um tremendo desperdício. Você até se organizou mais para dar espaço à sua real essência. Você se aceita. E não há quem pague por isso. Não há quem tire isso de você.

Aproveite. Deixe-se levar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

BEM VINDO A SÃO PAULO


Odeio São Paulo. Foi por esses dias que descobri. Fui pega de surpresa por esse sentimento que não me orgulho de ter. Mas odeio. E não tem jeito.

Odeio o excesso de ônibus, mesmo tendo a falta de transporte público. Chega a ser irritante e insultante. Odeio o modernismo e o glamour, que escondem a simplicidade e os mínimos detalhes que deixam para trás o real mistério da capital. Odeio o fato de ter tudo o que eu imaginar, porque na maioria das vezes, esse tudo está do lado de lá. E mesmo que eu consiga chegar, já é tarde e fechou.

Odeio o excesso de gente, porque mesmo assim, por vezes, me vejo só. Odeio o fato dos paulistanos acharem que são os donos da verdade, quando na verdade, nem donos eles têm. Odeio quando dizem que o Brasil não é nada sem São Paulo. Quando na verdade São Paulo que não é nada sem o resto do Brasil. Odeio o racismo generalizado, numa cidade que a cada dia, dez novas tribos surgem e outras dez querem fazer sumir.
Odeio o excesso de placas, porque nunca se sabe para onde ir. Odeio as ruas, que não começam, não terminam e ninguém sabe onde vão dar. Odeio a frieza, a distância, a tristeza que existem em cada olhar. Odeio o sofrimento de um povo que luta sem saber se um dia vai ganhar.

Odeio São Paulo por estes e outros mais. Odeio São Paulo e São Paulo me odeia. Mas tanto faz. Porque isso, como outras coisas, eu sei que não vai mudar.