terça-feira, 30 de dezembro de 2008

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

TIRARAM O SONO DA BELA ADORMECIDA

Não é para menos a minha indignação. Os traficantes hoje são tudo espertalhões e malandrões, cheios de artimanhas para desviar a polícia e chegar ao consumidor. Mas me espanta ver que tanta esperteza acaba na hora que eles precisam fazer um esforcinho, bem pequenininho, para relembrar a infância. Se bem que, olhando desse ângulo, como será que foi a infância deles?
Mas que seja, eu continuo inconformada com a falta de atenção não só deles, como minha também, até semana passada. Eu demoro a entender, mas quando encasqueto com alguma coisa, não há cristo que me convença do contrário. Em face de um imenso dilema, eu te pergunto:
Por que cargas d’água a droga se chama Boa Noite Cinderela e não Bela Adormecida?
Eu não sei como contaram para vocês, mas até aonde eu sei, quem dorme é a Bela Adormecida e quem perde o sapatinho de cristal é a Cinderela. E quem tem anões é a Branca de Neve e quem joga as tranças é a Rapunzel. Mas isso não vem ao caso. O que importa mesmo é que a Bela Adormecida perdeu a sua vez para a Cinderela, que além de perder o sapato, cai num sono que nem que o príncipe quisesse ela acordava.
Até me falaram ‘Dani, se a menina usa a droga, ela perde tudo... O controle, a noção, a virgindade, a roupa... e o sapato’. Mas por que ela perde tudo? Porque ela caiu em um sono profundo, oras!
Bem que meu vô falava e eu nem ligava. Hoje eu vejo que ele sempre teve razão.

O mundo está mesmo perdido!

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

PARECIA MENTIRA, MAS EU ESTAVA ALI DE VERDADE

A sensação eu já conhecia. Mas sentir aquilo, ver aquilo agora me soou estranho. Me pareceu fora da rima. Era cedo, aliás, muito cedo. Cedo demais para um domingo chuvoso e frio com a cama quentinha e tão confortável.
Eu estava lá, 8 horas da manhã, sentada, de frente para o quadro, esperando aflita. Esperando que as cadeiras que estavam ao meu redor continuassem vazias. Esperando que a moça que insistia que ninguém podia nem ficar com o relógio de pulso resolvesse acabar com aquela tortura logo. E ali, naqueles minutos intermináveis, a única coisa que tinha para ler era o quadro. E li e reli a mesma coisa na esperança de uma hora mudar.

Início: 9 horas (horário de Brasília)
Término: 13 horas (horário de Brasília)

Eu até ri. Há! Não vou ficar aqui 4 horas nem a pau! Imagina! 4 horas... E não fiquei.
A angústia acabou quando um cara, bem do mal humorado, chegou com um envelope vermelho com as provas. As provas que podem ser o começo de tudo ou o fim do começo. E como de praxe, rezei para não ser a primeira a sair. Era dar muito na cara. Aliás, eu nunca tive a coragem de ser a primeira a sair por ser taxada de burra.
Eu fiquei ali pouco mais de 2 horas não por evitar o rótulo de burra, mas porque eu realmente queria. Porque eu precisava ficar lá. Cada escolha correspondia a 20% de chance a mais ou a menos de chegar lá.
Eu fui embora com o peito cheio de esperança e com os olhos quase caindo de tanto sono. Liguei para a minha mãe e contei cada detalhe, se eu tinha ido bem, ou não. Me senti, depois de tanto tempo, como se tivesse acabado de sair da escola e estava na espera de passar no vestibular.

terça-feira, 2 de setembro de 2008

OS 'FEIOS' (AGORA) AMAM MAIS

A moda agora é pegar os feios. Nada de um moreno, alto, de olhos verdes ou um loiro, bronzeado com pinta de surfista. A onda agora é dar chance aos que antes ficavam na sombra dos bonitões. O mercado dos quatro olhos, com pochete e branquelos está em alta. Já os 'colírios' estão por baixo. Pode parecer brincadeira ou maldade da minha parte, mas é a mais pura verdade.
As mulheres cansaram de administrar a beleza que atrai a todos os olhares invejosos e foram em busca de um homem que, além de ser só seu, mesmo, se preocupa muito mais com o que nós vamos atrás: conteúdo. Homem bonito é bom para os olhos, faz bem para o ego. Mas cansa. É uma trabalheira sem fim. Você tem que estar sempre impecável, para chamar tanta atenção quanto ele. Estudos devem comprovar que homens não tão privilegiados, tratando-se de beleza, se preocupam mais com você do que com o espelho, são mais atentos e bem humorados. Com as mulheres acontece a mesma coisa. Você aguenta até comer ela. Depois disso, 'fica quietinha vai'.

A verdade é que a beleza pré-determinada por uma sociedade metrosexual nem sempre vai de acordo com os meus padrões. Eu gosto de pintinhas espalhadas no corpo, cabelo enrolado, de um lugarzinho para apertar. Gosto de um cheiro memorável, um lugar certinho para o abraço, de rir até não aguentar de dor.

A tendência do mercado dos solteirões é ser feio e com conteúdo!

Abaixo aos lindos, belos e formosos que não oferecem nada! Que não passam de uma linda máscara que esconde a feiúra interior.

Afinal, tem gente que acha bonito ser feio!

ME DIZ ENTÃO

Te pergunto e você me responde... combinado?
São 22 anos juntando dúvidas que, mesmo perguntando para minha mãe, a dona de todas as respostas, não fiquei ainda satisfeita com o que ouvi. São questões que vão além do ovo e da galinha. São mistérios que o homem criou e não sabe desvendar... Quer tentar?


Por que cargas d´água as pessoas passam o pijama? Não vai amassar mesmo? E o lençol, eu vou esticar ele na cama e depois amassar tudo de novo, não vou?

Por que eu não consigo cortar o melão no meio? Isso é uma habilidade desenvolvida apenas pelas mães?

Por que vêm etiqueta nas frutas? Você conhece ao menos uma marca de maçã ou pêra?

Por que diabos o Calypso achou que seria uma ótima idéia gravar um CD acústico? Aliás, seria possível um Acústico do Calypso?


Mas talvez, mais complexa que todas essas perguntas, existe uma que ninguém responde igual.

-Você me ama?

segunda-feira, 28 de julho de 2008

A CULPA FOI DO FUCA

Tudo começou há um pouco mais de 27 anos. Se era para ter um final feliz? Olha, bem provável que não. Na realidade, não era nem para começar, mas começou. Dizem que os amores verdadeiros vem sem avisar, te pega desprevinido e domina pra sempre o coração.

Um era do interior. A outra caiçara. Um já era formado e aparecia na faculdade pra galinhar. A outra ainda estudava e, aproveitando que estava lá, dava uma galinhadinha também. Não eram Eduardo e Mônica, mas se encontraram um dia sem querer. O dela não foi, mas ele foi o dela daquele dia em diante. Foi uma conversa na frente da lixeira, ver o 'fuca azul' e pronto. Já estava montado o cenário de um romance sem fim. Será?
Não se sabe bem como, mas aconteceu. Não se sabe porque, mas deu certo. Ele é duro na queda e ela cai antes de endurecer. Ele tem um lugar certo para colocar a maleta enquanto ela nem lembra qual a bolsa que usou da última vez. Ele chega na mesma hora, separa a roupa no dia anterior e tem vergonha de perguntar o preço sabendo que não vai comprar. Ela? Bom, ela não pára em casa, escolhe na hora o que vai usar e adora bater perna no shopping, mesmo se vai sair sem nenhuma sacola.
Foram dois anos no test drive, para ver se não era ilusão ou coisa assim. E quando se deram conta, resolveram que era verdadeiro e que já estava na hora, não é mesmo? A receita ninguém sabe.
Foram 3 anos para o primeiro e mais 3 e meio para o segundo. Uma menina carinhosa e um menino de bom coração. Pronto! Estavam completos. E é assim que vai ser para sempre. Já se passaram vinte e cinco anos e pela frente muitos outros virão.
Eu amo, eu idolatro, eu sigo. Eu ainda olho vocês com os olhos de quando era criança. Eu vejo em vocês o que eu quero para mim daqui alguns (bons) anos. Eu espero que vocês saibam o quanto eu amo vocês.

Eu amo, amo, amo muuuuuuito vocês!

Espero que gostem!


Bjão*

quinta-feira, 24 de julho de 2008

TODOS OS TONS DA AQUARELA

Em épocas de vacas gordas, de marés cheias de peixe, ninguém escreve né? Ninguém perde tempo da sua felicidade para escrever que sim, agora está tudo bem. O ser humano é burro e continua se expondo ao mundo mostrando suas fraquezas, sua ausência de cor, só porque sua vida não estava lá aquelas coisas.

O mundo está cansado das cenas em tons de cinza e o que interessa mesmo são as partes você pintou. Agora você aprecia a natureza, ouve passarinhos na janela e cantarola aquela música ridícula que não pára de tocar na rádio. Aliás, nem é mais tão ridícula assim e nem te irrita tanto se tocar 15 vezes no rádio. Você passa a não lembrar o por quê daquela frescurite toda de sofrimento. Tudo passa a ser tão bobo e uma tremenda perda de tempo.

Hoje você até acorda melhor, vive melhor e sua pele está maravilhosa. Dizem que felicidade faz milagre e acredite, é melhor que colo de mãe. Colinho de mamãe faz bem sempre, assim como almoço de domingo com a família e comprar sapatos novos. Mas a felicidade, hunf... Indescritível.

A sua vida agora tem todos os tons da aquarela. A cada passo uma nova cor. É você brincando de novo de colorir. É você descobrindo que dane-se se os outros te julgam infantil. Dane-se! É mais legal assim! Agora você dança, corre, pula e até se envergonha um pouco... Mas de não ter experimentado antes! What a feeling!

Tudo está tão à flor da pele que qualquer segundo perdido é um tremendo desperdício. Você até se organizou mais para dar espaço à sua real essência. Você se aceita. E não há quem pague por isso. Não há quem tire isso de você.

Aproveite. Deixe-se levar.

segunda-feira, 7 de julho de 2008

BEM VINDO A SÃO PAULO


Odeio São Paulo. Foi por esses dias que descobri. Fui pega de surpresa por esse sentimento que não me orgulho de ter. Mas odeio. E não tem jeito.

Odeio o excesso de ônibus, mesmo tendo a falta de transporte público. Chega a ser irritante e insultante. Odeio o modernismo e o glamour, que escondem a simplicidade e os mínimos detalhes que deixam para trás o real mistério da capital. Odeio o fato de ter tudo o que eu imaginar, porque na maioria das vezes, esse tudo está do lado de lá. E mesmo que eu consiga chegar, já é tarde e fechou.

Odeio o excesso de gente, porque mesmo assim, por vezes, me vejo só. Odeio o fato dos paulistanos acharem que são os donos da verdade, quando na verdade, nem donos eles têm. Odeio quando dizem que o Brasil não é nada sem São Paulo. Quando na verdade São Paulo que não é nada sem o resto do Brasil. Odeio o racismo generalizado, numa cidade que a cada dia, dez novas tribos surgem e outras dez querem fazer sumir.
Odeio o excesso de placas, porque nunca se sabe para onde ir. Odeio as ruas, que não começam, não terminam e ninguém sabe onde vão dar. Odeio a frieza, a distância, a tristeza que existem em cada olhar. Odeio o sofrimento de um povo que luta sem saber se um dia vai ganhar.

Odeio São Paulo por estes e outros mais. Odeio São Paulo e São Paulo me odeia. Mas tanto faz. Porque isso, como outras coisas, eu sei que não vai mudar.

segunda-feira, 23 de junho de 2008

CHEIO DE AMOR

Quando me perguntavam, alguns anos atrás, o que eu queria da minha vida, eu respondia com a maior convicção: sucesso profissional. Eu sempre tive em mente: fazer uma boa faculdade, trabalhar numa grande empresa, estabilidade financeira. Hoje, apenas alguns anos depois dessa resposta ridícula, a verdade é bem diferente.
- Eu quero amor. Quero olhar a minha conta bancária e ver que eu tenho mais amores que cifrões. Quero provar todos os sentidos da palavra amar. E se for assim, que venham os juros!

Pode parecer infantil, pode ser utopia, mas é a minha utopia. Hoje eu sinto e sei que a maior remuneração da vida é o amor. É um abraço inesperado, uma lágrima de saudade, um beijo que dá arrepio.

Quero preencher cada vazio que restou do passado pela estúpida crença de que profissão, cargos e salários seriam suficientes para um dia eu chegar lá. Quero preencher cada espaço com amor novo, cheio de graça, cheio de vida.
Como fui tola e como demorei para acreditar que essas coisas não me serviam de nada. Só serviam para me rotular, me classificar, me encaixar em algum padrão. Como fui tola de fechar a alma, de proteger o coração, de evitar as lágrimas, por acreditar que seria mais fácil seguir assim então. Como fui besta de deixar partir, de abrir a mão.

Vou resgatar meus velhos sonhos de criança, vou distribuir abraços quentes e beijos ardentes. E olhar dentro dos olhos, te reconhecer pela alma, me entregar ao simples, ao pequeno, ao real valor da vida.

Cause love is something I deserve.

quinta-feira, 19 de junho de 2008

NÃO PARE DE ME OLHAR

Se meus olhos tirassem fotos, eles tirariam fotos só dos seus olhos. Desses olhos que não têm rosto, não têm corpo, não têm dono. E se eu pudesse ao menos descobrir, dentre os outros, de onde vem esse olhar, eu não piscaria, eu não dormiria. Eu não ousaria.

E a profundidade e a pureza desse olhar me tiram de um mundo que agora eu não quero estar. Eu fujo e me entrego. E entendo que por esses caminhos, somente minha mente pode passar.

Nesses olhos eu vejo cada marca, cada sonho e imagino que talvez um dia, eu possa te encontrar.


terça-feira, 17 de junho de 2008

RESPINGOS DE OUTRORA

E eu, que sempre fui a favor do novo, não quis mais mudar. Quis ficar daquele jeito para sempre. Quis que nada tivesse mudado. Nem você, nem eu. Quis que aquele cheiro, aquela sensação durassem para sempre.

Era ali, naquela época, que eu não sentia saudade, porque era ali que eu deveria estar. Era ali que não existiam os sonhos, porque tudo ia se realizar. Era ali que toda a esperança, todo o brilho, toda a beleza ficaram presos, me deixando ir.

E meus pensamentos de hoje são escuros, em tons de cinza e são feios, sem vida. São lástimas de uns instantes que não voltam mais. São os restos do que um dia eu já fui.

E o que eu vejo, o que eu sinto passa a ser frio e comedido e não me satisfaz. E o que eu digo, o que eu penso nem sempre é o que meu corpo canta.

E em minh´alma ainda remanescem respingos de outrora, que me erguem, me resplandecem, me levam para onde eu deveria estar.

segunda-feira, 16 de junho de 2008

O DIA EM QUE A MINHA JOANINHA DE ESTIMAÇÃO MORREU

Ela era laranja, sem as pintinhas pretas e eu a apelidei carinhosamente de Albina (o albinismo nas joaninhas se deve à ausência de pintas, juro!). Eu a adotei. Quando cheguei hoje cedo, ela estava caminhando no meu computador, conhecendo a área, sabe? E eu, como sempre, resolvi brincar com a joaninha. Ela voou e eu achei que ela tinha me deixado, mas por sorte, a encontrei no carpete estampado. Resolvi colocar ela no meu monitor porque o dever me chamava.

Desde pequena, sempre amei joaninhas. Não é para menos que joaninha em inglês é lady bug. São tão fofinhas e lindinhas! Mas joaninha que é joaninha não fica mais de 2 minutos andando na sua mão. Elas voam. Mas a Albina não me abandonou e eu decidi que cuidaria para sempre dela.

Nessa manhã, minha atenção estava voltada para a minha joaninha de estimação. Sempre quis ter uma e a Albina me escolheu. Várias vezes eu me distraía e quando me dava conta, 'Cadê a Albina? Ufa! Está no fio do telefone'.

Eu percebi que a Albina não estava na sua melhor forma. Suas pernas já não respondiam mais aos seus impulsos e ela passou a andar em círculos, feito uma joaninha tonta. Depois de um tempo ela passou a brincar de pega-pega-duro-ou-mole sozinha (aquele que você fica congelado quando te pegam e só pode se mexer quando encostam em você) Mas eu encostava e ela voltava a andar em círculos. Até que eu encostei e ela não se mexeu mais. Pensei que tinha esmagado a coitada, mas não. Ela tinha ido para o céu das joaninhas. O que me resta agora é enterrar a Albina no meu vaso de plantinhas que tenho lá em casa e guardar nossos momentos na memória.

E o que importa é que por uma manhã eu tive a minha joaninha de estimação.
Ah Albina!


Ps: a imagem é meramente ilustrativa. Não cabia colocar uma imagem da Albina em seus últimos suspiros. Creio que era assim que a Albina gostaria de ser lembrada.

O MALDITO DO JAPONÊS

Ninguém acredita. Ninguém. É só eu falar 'Eu não gosto ué!' e já me condenam mais que o Hitler. Não gosto. Qual o problema? Já tentei. Juro. Eu já me esforcei para gostar, mas não sei o que acontece. Nossos santos não se batem. E ponto. Tem certas coisas que não mudam. Eu queria gostar, mas não gosto.
Mas o que é que o japonês tem? Pra mim não tem nada. Tem mais é que ficar ele lá, eu aqui. Aliás, acho ele bem sem sal, sem graça nenhuma. Se ele não existisse, minha vida continuaria na mesma eu não ia me abalar nem um pouco. Sabe quando não vai? Não passa pela garganta? É isso que acontece entre eu e o Japonês. Eu até acho ele apresentável. Mas na hora do vamo ver, não dá! Eu breco, brocho.
Eu me sinto mal em não gostar, me sinto até excluída. Não é pirraça, jamais! Simplesmente não nascemos um para o outro.
- Dani, você vai lá no japa?
- Não.
- Vamo vai! Por que você não vai?
- Não gosto, sei lá, não me desce!
- Nãaaaao gosta? Impossível... Todo mundo gosta!
- Mas eu não ué!

E todos me condenam por causa de um rolinho de arroz envolto por uma alga nojenta. Ou por um peixe cru. Eu lá tenho cara de comer peixe cru? É ruim hein? Viu porque eu eu não gosto do maldito do japonês? Se fosse um chinês até dava para pensar.

RIDICULAMENTE ASSIM

Adoro ser ridícula. Adoro o fato dos meus amigos serem os seres mais ridículos da face. Adoro. Assim, simples. O ridículo é o que me diferencia frente a um mar de pessoas comuns, sem graça, com medo de mostrarem quem são e serem consideradas 'ridículas'. Não ligo. Aliás, eu faço questão de ser ridícula.

O bom do ridicularismo (palavra nova!) é que tem sempre alguém na moita loooouco pra fazer alguma coisa e só toma coragem quando você fala 'vamo?'.
- Ana, vamo no supermercado de pijama?
- Demoro Dani...
- É sério mesmo que vocês vão de pijama? Vocês não tem vergonha?
(em coro) - NÃO!
Quer passatempo melhor que ir no supermercado? Eu perco horas olhando coisas que eu nunca vou comprar, imaginando a cor da louça que eu vou comprar quando eu deixar de gastar o que me resta nas geladas do happy hour. Até provo um trilhão de roupas, mesmo sabendo que elas ou encolhem ou passam a caber no rei momo depois de lavadas. Sou ridícula quando vou comprar gibizinho da turma da Mônica, mas levo também uma Superinteressante para me sentir mais culta. Adoro sentir o cheiro de roupa nova, brincar de esconde-esconde no supermercado, dar beijo de borboleta, jogar melissa no meio da facu.

Me divirto com o simples fato de dançar a dança da galinha (não me pergunte!) na balada, sem vergonha alguma. Ou de falar durante um sonho 'acho que estou falando em outra língua' e acordar no meio da frase com todo mundo rindo. Gosto também de falar em inglês sozinha imaginando que tem alguém lá me respondendo, mesmo eu sabendo que a resposta sou eu quem dou (confesso que ás vezes até espero aflita uma resposta surpreendente).

O ridículo me atrai. Isso é fato! Meus amigos são tão ou mais ridículos do que eu. Aliás, você só sabe que a amizade é verdadeira quando você passa a ser ridículo. Isso se chama intimidade (e intimidade é uma merda!). No amor é assim também. Depois daquela fase de impressionar a pessoa, você passa a ser o quê? Ridículo! É chuchuzinho, docinho de coco e por aí vai. Mas é isso que importa. São esses momentos que você guarda na memória e vai buscar quando dá uma saudadezinha daquela época. Quando você quer reviver o que já passou. E foi tão bom!

Era ridículo brigar com os meninos pela quadra na hora do recreio para jogar futebol. Mas a gente brigava. Aliás, quando tocava o sinal a gente saia em disparada (o primeiro a chegar era o que começava jogando). Eram ridículas as calças saintropeito, as camisetas do Piu-Piu (mãe, como você deixava eu sair assim?), as maria-chiquinhas no cabelo. Eu sou isso e muito mais. Sou cada arranhão, cada tombo na frente da galera, cada gargalhada (depois do tombo), cada riminha sem graça.

Talvez isso tudo te pareça ridículo, tolo, idiota. Talvez para você, isso nem merecia ter um espaço, mas esse espaço não é nada perto do que o ridículo toma para ele na minha vida. Porque se você tem medo de ser ridículo, não faz idéia do quanto isso te impede de ser feliz.

O DIA DOS NAMORADOS, POR UMA SOLTEIRA


Não teria outro tema para abordar se não fosse o dia dos namorados. Essa é aquela época infeliz para qualquer solteiro. Todo lugar que você olhe, além de uma loja com suas vitrines cheias de corações, você encontra um casal apaixonado e feliz. Sim, essa felicidade incomoda. E sim, sou mais uma dos milhões de solteirões soltos na praça (ou presos em casa) nesse dia.
Quem não sente vergonha de sair de casa no dia 12, sozinho? Fala a verdade! Se durasse só um dia, a gente até que aguentaria, mas dura uma eternidade. Você vai na livraria em pleno maio e lá você já se sente sufocada pelos corações de pelúcia, pelos cartões vermelhos, piscantes com o dizer 'Eu te amo!', e mais uma vez pelos casais felizes que passam abraçados. Vai comprar um CD da Corrine e a moça já pergunta:
- É para presente? Quer um cartão? Temos esse de dia dos namorados...
E você, já de saco cheio responde:
-Não, não é pra presente. Não, não quero cartão obrigada. Sim, é pra mim! Ah embrulha logo!'
Isso é um insulto aos solteiros resolvidos. Somos resolvidos e não feitos de pedra, calma lá! Por isso a revolta. Amar é bom, sofrer de amor também. Talvez seja uma das melhores dorzinhas, ainda mais quando dá para fazer as pazes. Mas e o preconceito que existe com os solteiros?
Resolvi que esse ano, nada disso ia me abalar mais. Convidei meus amigos para um jantarzinho aqui em casa. Vou entregar cartões com juras de amor, vou dar abraços ajustadinho e dizer que é para sempre. Porque um romance pode ser passageiro, mas o amor que eu sinto por eles, com certeza vence o dia dos namorados.

CONFLITO MEU

Estranho é dizer que sinto sem saber o que. É o despertar de algo indefinido, algo que supostamente não deveria existir. A flor desabrocha antes do tempo e simplesmente não sei como lidar com isso...

Não sei o que fazer e pra onde olhar. O sol queima e eu passo a não sentir e ao mesmo tempo, me sinto vazia e sinto que é mais e mais difícil se entregar, se entender.

E por mais que eu tente, é inevitável, faz parte de mim, mora em mim e domina meu pensamento a cada instante e rouba minha atenção e desvia o meu olhar e me faz agir como nunca imaginara. Me faz delirar em sonhos, me toma a paz, me deixa em conflito, me confunde...

O QUE VOCÊ FAZ QUANDO NÃO TEM NADA PARA FAZER?



Odeio o 'não ter o que fazer' no trabalho. Eu perco as contas de quantas vezes eu faço um quadrado ao redor da imagem do papel de parede do meu desktop, como se fosse a varinha de condão do Photoshop. Ou até mesmo quantas vezes eu abro as janelas minimizadas para ver se alguma coisa mudou, sabendo que está tudo na mesma.
Eu sou a primeira a reclamar que tem sempre muito trabalho, que nunca dá tempo, mas e quando dá tempo? O que eu faço com ele? Pensei em guardar num potinho para usar naquele dia que nada dá certo e o que eu quero mesmo é o colo da minha mãe. Mas não! Tenho que ficar aqui. Eu e a tela, a tela e eu. Eu até dou uma verificada no cabo da internet, porque é impossível não chegar nenhum e-mail! Mas realmente ninguém quer me escrever. Os e-mails bobos de correntes e piadinhas que já deram 3 voltas no mundo e voltaram para mim já foram novamente encaminhados, rumo às 4 voltas.
Mas também, eu vou para casa fazer O QUE? Assistir Malhação, Ciranda de Pedra, o trânsito de 182 km em SP que bateu os recordes, o casal Nardoni mudando mais uma vez de moradia e o Juvenal com sua grosseria desnecessária e sua hipocrisia invasiva? Devo dormir? São 15h45 e se eu dormir agora, é bem provável que eu acorde amanhã antes do despertador, o que me deixa puta da vida. Ainda mais quando só falta um minutinho. Aí é sacanagem. Só não vou dar aquela geral em casa porque a preguiça é maior do que a vontade de ter alguma coisa para fazer. Limpar a casa é algo que você tem que fazer e pronto. 'Tem' de obrigação, não de posse e isso não tem graça nenhuma.
A falta do que fazer rouba a minha criatividade, meus pensamentos, minha sanidade. Chega uma hora que ou eu grito ou eu engulo a minha língua. Já pensei em enfiar o dedo no olho, enfiar a mão na boca, mas nunca tive coragem pra realmente fazê-lo. Eu quero não ter o que fazer quando eu estou quentinha na minha cama, quando tô de férias, quando eu estou de mão dada com a minha mãe. Não quando estou ali, predisposta a realmente fazer alguma coisa e sou pega de surpresa pelo maldito ócio.

UM PEQUENO PARALELO ENTRE A CULPA SER DELES OU NOSSA



Estranho será o dia que em um papo de banheiro, uma amiga virar e falar:
-Os homens prestam!
Seria um escandalo! Rímeis borrados, cabelos despenteados, bocas abertas.Somente uma mulher com total conhecimento das ações dela teria a audácia de falar isso. Digo isso porque hoje tenho total certeza de que uma grande parte das perpicácias dos homens é culpa nossa. Sim, nossa! Não se assuste com a certeza e firmeza com que afirmo isso. Se não fosse o fascínio que eles têm por nós, portadoras da sedução, não existiriam problemas amorosos, lágrimas de amor, traições e desilusões.
Todo 'cafa' já amou. Pergunte a qualquer um que você conhece. Aposto que ele já amou, e sofreu. Sim. Sofreu por não atendermos ao telefone, por sairmos com as amigas, por pedirmos um tempo, por falar que 'o problema não é ele e sim você que está focada no trabalho'. Seja quando ele tinha 7 anos e a 'namorada' dele não quis mais a flor que ele tinha para dar, mas sim a do Jorge seu coleguinha, ou até mesmo quando julgava saber amar. Amou e foi largado pela tal 'liberdade' que nós, mulheres, tanto corremos atrás.
Se os homens não sofressem sequer uma vez de desilusão, talvez nós hoje pudéssemos dormir tranquilas. Mas não. Ao invés disso fazemos eles sofrer, o que posteriormente acontecerá conosco.
Chego a pensar que a culpa não é deles de serem assim, mas logo retomo a sanidade. São assim pelo pensamento mesquinho, se podemos chamar assim, por escolherem enfrentar de tal maneira o fato de ter um coração quebrado. Homens e mulheres passam por diferentes fases depois de uma desilusão. Mulheres choram, esperneiam, ficam sem comer, querem bater na cara 'daquele desgraçado que fez isso comigo'. Depois fazem a caveira do rapaz e quando estão afogando as mágoas, conhecem um novo dono para o seu coração e esquecem daquela dor imensa. Homens não. Eles sofrem. Uma única vez. Depois partem para outra sem nenhum remorso ou apego 'à quem mesmo?'.
Se você tinha esperanças de que encontraria o homem da sua vida, esqueça. Esse mesmo você ou uma de suas amigas quebrou o coração anos atrás, quando ele ainda tinha esperança no amor. Mas não adianta. Morreremos nessa eterna busca de corações remontados. Se você der sorte, vai encontrar um com pedaços quebrados e juntar com o seu, cheio de arranhões.
De qualquer jeito, continuaremos iludindo os homens e eles que nos perdoem, pois apenas agimos de acordo com a nossa natureza.