segunda-feira, 7 de julho de 2008

BEM VINDO A SÃO PAULO


Odeio São Paulo. Foi por esses dias que descobri. Fui pega de surpresa por esse sentimento que não me orgulho de ter. Mas odeio. E não tem jeito.

Odeio o excesso de ônibus, mesmo tendo a falta de transporte público. Chega a ser irritante e insultante. Odeio o modernismo e o glamour, que escondem a simplicidade e os mínimos detalhes que deixam para trás o real mistério da capital. Odeio o fato de ter tudo o que eu imaginar, porque na maioria das vezes, esse tudo está do lado de lá. E mesmo que eu consiga chegar, já é tarde e fechou.

Odeio o excesso de gente, porque mesmo assim, por vezes, me vejo só. Odeio o fato dos paulistanos acharem que são os donos da verdade, quando na verdade, nem donos eles têm. Odeio quando dizem que o Brasil não é nada sem São Paulo. Quando na verdade São Paulo que não é nada sem o resto do Brasil. Odeio o racismo generalizado, numa cidade que a cada dia, dez novas tribos surgem e outras dez querem fazer sumir.
Odeio o excesso de placas, porque nunca se sabe para onde ir. Odeio as ruas, que não começam, não terminam e ninguém sabe onde vão dar. Odeio a frieza, a distância, a tristeza que existem em cada olhar. Odeio o sofrimento de um povo que luta sem saber se um dia vai ganhar.

Odeio São Paulo por estes e outros mais. Odeio São Paulo e São Paulo me odeia. Mas tanto faz. Porque isso, como outras coisas, eu sei que não vai mudar.

Um comentário:

Glauco Mazrimas disse...

Também odeio, mas melhor lugar para morar não há.

Amo-te.

Beijo.